quarta-feira, 18 de julho de 2012

O curandeiro de corações.

Um dia acreditou no amor, foi boa e viveu do riso, mas a vida lhe foi injusta e teve que aprender a conviver com a dor... Muitos anos se passaram, o que era doce ficou amargo, o que era fácil, ficou difícil, o que era bom, ficou mau. Todos os anos dedicados em tentar converter a situação, foram jogados em um buraco negro, sendo assim, em vão. Todas as lágrimas derramadas, a fizeram se afogar no mar agitado de seu proprio mundo e todos os risos forçados, a enforcaram e a sufocaram.
Mas um dia, em meio aos acontecimentos acelerados da vida, em meio aos minutos que voam como aves desesperadas em busca de alimentos, conheceu um curandeiro de corações. Soava estranho esse nome, mas era assim que ele se identificava: "Estou aqui para deixar as pessoas bem e enxergarem a vida de uma maneira mais bela". E ela ria, ria ironicamente. Desde quando poderia existir beleza em um mundo tão imundo como o que nós vivemos? Mas o curandeiro de corações insistia nas suas palavras e dizia quase que repetidamente para ela aprender a viver de verdade. E ela, já com seus olhos marejados do horror do mundo, tentou enchergar as tais das coisas belas. Seu coração queria ser liberto, seu corpo queria se desafogar, mas ela tinha medo, muito medo. Vivera por tantos anos dessa maneira, que havia se acostumado.
O curandeiro, já cansado de tentar a convencer com palavras, decidiu a levar para um campo montanhoso, onde haviam muitas árvores floridas, muitos pássaros cantando e uma sensação de paz inexplicável. Sentiu o cheiro de grama molhada, sentiu a melodia suave do vento que soprava em seu rosto, sentiu a tal da paz. Longe de tudo, de todos, longe de todas as pessoas que correm apressadas contra seu destino, que vivem por si mesmas, ela pode enchegar uma das belezas.
Então, o curandeiro foi mais além... Pediu para que ela tentasse enxergar um campo montanhoso e belo dentro do seu coração e comparou sua alma como um sopro suave de vento. Um dia, ela se recordou, seu coração tinha as tais das flores, dos pássaros e dos campos. Mas fazia tanto, tanto tempo! E começou a se recordar de como era bom, se recordou de como via o mundo, se recordou do que era amor. E sentiu saudade, muita saudade.
Pediu ao mestre dos corações que a ajudasse a ser assim novamente, desejou do fundo do seu coração, que poderia ser comparado a um habismo inabitado naquele momento, que ele voltasse a ser um campo montanhoso e florido.
A mudança já havia começado, ela desejava ser feliz, havia perdido o medo que a perseguiu por anos e o curandeiro, satisfeito sorriu. E ela sorriu, riu, gargalhou... Dessa vez não havia sido forçado e nem ironico. Foi verdadeiro. Foi a prova de que a felicidade ainda existia, por mais que a dor tivesse prevalecido por anos.
Hoje, o curandeiro anda perambulando por aí, tentando mudar outros corações. E ela aprendeu a lição, sorrindo aos ares quase que o tempo inteiro. E ela aprendeu a ser feliz.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

E se...?


O vento bate no rosto, o horizonte enche minha visão. Olho, olho novamente e procuro, em meio às luzes da cidade, uma razão. Trago as emoções, solto a tristeza e a fumaça se espalha pelo ar, juntamente com os sentimentos, aqueles tais sentimentos confusos que embaralham a mente, que dão vida nova a visão, que afastam as razões para sorrir. E se talvez, eu saísse por essa porta e nunca mais voltasse? Abandonaria aqui, as dores do passado, a tempestade de duvidas e a ventania de indecisões. Abandonaria qualquer razão que me faz travar diante de situações do cotidiano. Abandonaria as correntes que me prendem a rotina caótica. E se eu vivesse com a alma e esquecesse tudo que é constituído por matérias?
Então olho novamente para o horizonte, tento achar uma razão, mas tudo que encontro é a indecisão e o medo de partir.

Eco.

"Um rosto na escuridão.
Uma alma na contramão.
Problemas sem solução.
Uma vida vivida em vão."

Tempo...

“Queria abrir mais meu coração, mas não consigo. Juro que já tentei, mas tá congelado. Diga-me: porque você fez isso comigo? Você me fez de boba e me decepcionou tanto que agora estou aqui, sozinha no meu quarto, escrevendo rascunhos de textos e tentando encontrar uma solução pra essa frieza que me invade. (…) Tomo um gole de café, olho para o teto e suspiro, afinal, nada vai passar assim tão rápido. Você me tirou a esperança de que as pessoas são boas. Mas eu irei superar. Eu sei que irei, nem que isso demore.
A chama do meu coração novamente acenderá e todo esse gelo descongelará. E as decepções que você me causou? Irão sumir, se esvair dos meus pensamentos.”

Devaneios.

“- Porque andas tão distante?
- Distante? Quem disse?
- Eu vejo teu olhar a vagar ao infinito.
- Estou apenas a sonhar, a imaginar qualquer coisa que não seja esta realidade massacrante.”

Nada é para sempre.

“Um dia, então, ela viu aquela brisa suave do amor se afastar e começou a sentir a ventania do ódio, do amargo ódio, invadir seu ser. Ela lutou contra isso, mas as decepções cotidianas contribuiram para que o amor não mais voltasse. Mas o amor retornou um dia, porque nada é para sempre, nem mesmo a ventania do ódio, nem mesmo a calmaria do amor.”
Sabe aquela vontade súbita de sair pelo mundo procurando por coisas novas, diferentes? De sair por aí conhecendo todas as pessoas possíves? É, essa vontade está me dominando. Quero conhecer o mundo, quero ser livre dessa rotina que me prende aqui.